Foi-se o tempo em que a atividade policial era de Estado, e não de governo no Pará. Os policiais tinham um mínimo de cuidado e não misturavam política com suas atividades profissionais, exceto quando se licenciavam da instituição para concorrer a cargo eletivo.
Verdade que Aristóteles ensina que o homem é um ser político por natureza, mas soa estranho, ainda hoje, a política partidária tomando conta das instituições de Estado, aquelas em que a população ainda deposita restos de esperança, como as Polícias.
Liberou geral no Pará
A manifestação pública de delegados de carreira, em pleno exercício da atividade policial e ainda ocupando cargos de direção na Polícia Civil é no mínimo inusitada, ou esse tipo de atitude virou normal dentro do “liberou geral” por todo o Pará?
Esse parece ser o caso dos delegados Walter Resende, delegado-geral da Polícia Civil do Pará, e Magno Costa, titular da Delegacia de Polícia Especializada da Polícia Civil, ao divulgarem o apoio explícito ao governador Helder Barbalho, algo inédito na história da instituição.
O fator isenção policial
Aliás, se esse tipo de manifestação política partidária passar a ser regra na Polícia Civil, coitados dos adversários políticos do atual governador. Já podem colocar as barbas de molho, pois terão na instituição policial judiciária uma adversária às suas atividades políticas. Todo cuidado será pouco a partir de agora. Na melhor das hipóteses, será difícil exigir isenção da Polícia Civil a partir desses fatos.