O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, lamentou, nesta sexta-feira (24), a decisão da Suprema Corte dos EUA de derrubar a decisão histórica Roe vs Wade sobre o aborto, dizendo que a saúde e a vida das mulheres norte-americanas agora estão em risco.
“É um dia triste para o tribunal e para o país. Cinquenta anos atrás, Roe vs. Wade foi decidido e esta tem sido a lei desde então. Este caso marcante protege o direito de uma mulher de tomar decisões intensamente pessoais, livre da interferêcia da política. Agora, com a derrubada da lei, a saúde e a vida das mulheres dessa nação estão em risco”, disse Biden em um discurso na Casa Branca após a decisão.
Segundo o presidente, Roe vs. Wade era um princípio constitucional defendido por juízes nomeados por presidentes tanto democratas quanto republicanos. Dwight Eisenhower, Richard Nixon, Ronald Reagan e George Bush estão entre alguns dos chefes de Estado que votaram para defender esse princípio.
Tirá-lo de meninas e mulheres, diz, é a “realização de uma ideologia extrema” e um “erro trágico” da Suprema Corte. Ele afirmou ainda que as mulheres pobres serão as mais penalizadas.
“Criminalizar o aborto leva a América de volta a 1800. Literalmente leva a América 150 anos para trás. É um dia triste para o país, mas isso não significa que a luta acabou. Eu farei tudo que estiver em meu alcance para proteger o direito das mulheres onde elas enfrentarão as consequências da decisão de hoje”, disse.
“Mulheres devem ser livres para viajar em segurança para outro estado para buscar os cuidados de que precisam e meu governo defenderá isso. Se algum oficial estadual ou local, do alto ou do baixo escalão, tentar inferir nesse direito básico [de viajar para outro estado], eu farei de tudo para lutar contra esse ataque profundamente antiamericano”, completou.
Em nota, o Departamento de Justiça dos EUA também lamentou a decisão, afirmando que a Suprema Corte “eliminou um direito estabelecido que tem sido um componente essencial da liberdade das mulheres por meio século”. O órgão disse ainda que “usará todos os instrumentos à sua disposição para proteger os direitos e a liberdade de reprodução das mulheres.”
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