Nesta segunda-feira, 20, José Mauro Coelho renunciou ao cargo de presidente da Petrobras. A sua renuncia ocorre três dias após um novo reajuste no preço dos combustíveis e em meio à pressão do governo. Coelho esteve no comando da estatal por pouco mais de dois meses.
“A Petrobras informa que o senhor José Mauro Coelho pediu demissão do cargo de presidente da empresa na manhã de hoje. A nomeação de um presidente interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras a partir de agora. Fatos considerados relevantes serão prontamente comunicados ao mercado”, diz a nota enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Coelho foi demitido há um mês, mas o processo de checagem do candidato indicado a ser seu substituto, Caio Paes de Andrade, ainda não foi iniciado. Segundo a companhia, “a nomeação de um presidente interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras a partir de agora”.
No fim de semana, o presidente da Câmara, Arthur Lira, bateu forte em Coelho, classificando o chefe da estatal, que foi escolhido por Bolsonaro para o cargo, de “presidente ilegítimo” da estatal. Para Lira, a companhia teria sido “sequestrada” por Coelho e “não representa o acionista majoritário”.
Lira ainda disse que Coelho praticava “terrorismo corporativo como vingança pessoal contra o presidente da República” que o nomeou e depois demitiu num intervalo de trinta dias.
Além de deixar a presidência da Petrobras, Coelho também renunciou ao cargo de membro do Conselho, conforme divulgado pela estatal.
As sucessivas altas no preço dos combustíveis levaram o governo a buscar medidas para arrefecer o preço cobrado nas bombas. Na semana passada, o projeto de lei que estabeleceu um teto de 17% sobre o ICMS foi
aprovado pela Câmara dos Deputados.
Com o novo reajuste no preço do diesel, o governo federal discute incluir na PEC dos Combustíveis uma espécie de auxílio para motoristas e caminhoneiros.
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