Segundo o DataFolha, a parcela da população que tem o ex-presidente Lula como opção nas eleições deste ano é maior entre quem recebe Auxílio Brasil, programa do governo federal sucessor ao Bolsa Família, e entre quem ainda tem medo de se contaminar com o vírus da Covid-19.
A pesquisa também mostra que o petista também tem mais aderência entre aqueles que acreditam que armas não tornariam a sociedade brasileira mais segura e entre os que confiam nas urnas eletrônicas. Entretanto, cerca de metade de seus apoiadores acha que as Forças Armadas devem participar da contagem dos votos.
Veja abaixo o que pensam as pessoas que têm Lula como sua primeira opção para presidente sobre esses quatro temas: economia, armas, pandemia e urnas. Entenda também seu perfil, em geral mais pobre, mais negro, mais indígena, mais jovem, mais nordestino, menos escolarizado e mais católico.
Os assuntos foram questionados na última pesquisa Datafolha, feita com 2.556 pessoas acima de 16 anos em 181 cidades de todo o país nos dias 25 e 26 de maio. O levantamento foi contratado pelo jornal Folha de S.Paulo e está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-05166/2022.
A margem de erro total é de dois pontos percentuais, para mais ou menos, segundo consta nos dados da pesquisa. É importante ponderar, porém, que ela aumenta quando se considera apenas os que votarão em cada candidato.
- ECONOMIA
Enquanto 66% dos brasileiros no geral acham que a economia do país piorou nos últimos meses, o número sobe para 84% entre os eleitores de Lula. Quando perguntados sobre a sua própria situação econômica, a comparação também é de 52% para 70%.
As parcelas são muito superiores às dos apoiadores de Bolsonaro e um levemente superiores aos de Ciro. Para pouco mais da metade dos que pretendem votar no petista, a situação econômica do Brasil tem muita influência no voto para presidente.
Um quarto deles recebem ajuda financeira do Auxílio Brasil patamar também acima dos 12% de Ciro e dos 16% de Bolsonaro, que reformulou e rebatizou o programa de transferência de renda. Três em cada quatro dos beneficiários que apoiam o petista, porém, acham insuficiente o valor, que é de no mínimo R$ 400.
- ARMAS
Oito em cada dez eleitores de Lula discordam das frases: “a sociedade brasileira seria mais segura se as pessoas andassem armadas para se proteger da violência”, “é preciso facilitar o acesso de pessoas às armas” e “o povo armado jamais será escravizado”.
A parcela é maior que a dos apoiadores de Bolsonaro, mas inferior à dos apoiadores de Ciro, que têm uma discordância um pouco mais alta mas ainda dentro das margens de erro.
- PANDEMIA
As pessoas que pretendem votar em Lula são as que mais acham que a pandemia está fora de controle no país (17%, contra 10% em Bolsonaro e 6% em Ciro). Quase sete em cada dez delas avaliam o desempenho de Bolsonaro em relação ao tema como ruim ou péssimo.
Consequentemente, os lulistas são os que mais temem se infectar com o coronavírus 75% têm muito ou um pouco de medo. A taxa de vacinação deles, portanto, é maior: 98% declaram que se imunizaram, apesar de apenas 58% terem tomado a dose de reforço.
Quase todos os seus eleitores (99%) concordam que o governo federal deveria fornecer a vacina gratuitamente para toda a população em 2023.
- URNAS ELETRÔNICAS
A pesquisa aponta que 83% dos que pretendem votar em Lula confiam um pouco ou muito nas urnas eletrônicas contra 58% entre quem tende a escolher Bolsonaro. Por isso, a maioria deles (57%) não acredita na chance de haver fraude nas eleições, como diz o atual presidente.
Apesar disso, a mesma parcela dos adeptos do petista acha que os ataques e ameaças de Bolsonaro devem ser levados a sério pelas instituições do país e cerca de metade (48%) concorda total ou parcialmente que as Forças Armadas devem participar da contagem dos votos.
- PERFIL
O eleitor de Lula é ligeiramente mais masculino (39% dos homens o citaram como primeira opção espontaneamente, contra 36% das mulheres), apesar de a diferença estar dentro da margem de erro e ser menor do que entre os eleitores de Bolsonaro (de 27% e 18%, respectivamente).
Também é mais jovem: suas intenções de voto são de 43% entre quem tem de 16 a 24 anos e cai para 36% entre idosos acima de 60 anos, ao contrário do rival. O petista é a escolha de quase metade dos estudantes e da maioria dos estagiários e aprendizes.
Costuma angariar mais votos ainda entre quem ganha até dois salários mínimos por mês (44% desse grupo o menciona), entre quem cursou apenas o ensino fundamental (43%) e entre nordestinos (49%). Ele abre vantagem do concorrente entre católicos e pretos, mas indígenas são os que mais destoam, com 59%.
As informações são da Folha de S.Paulo
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