O deputado federal Eder Mauro usou suas redes sociais, hoje, para anunciar que irá pedir intervenção do Ministério da Justiça e da Segurança Pública no Pará para tentar conter a violência que assola o Estado, especialmente no que tange aos agentes de segurança. Nesta semana, a escalada da violência levou o governador Helder Barbalho a Altamira, onde foram registrados 12 assassinatos em duas semanas. As medidas emergenciais anunciadas para o município pelo Estado não diferem muito das adotadas no governo anterior, que Helder, então candidato, usou à exaustão como peça de campanha, com sucesso.
De tanto “bater” no governador Helder Barbalho e em sua família, as manifestações do deputado federal Éder Mauro correm o risco de cair no vazio, isto é, podem parecer – e ser reais – em defesa dos interesses do Estado, ou apenas políticas e partidárias. A crise na segurança pública em que o Estado mergulhou nos últimos dias, porém, exige, de fato, providências contundentes, uma vez tratadas pelo governo do Pará como episódica, mas que segue ceifando vidas de quem é pago para proteger vidas. As estatísticas da Segurança Pública do Pará nos últimos meses têm ignorado praticamente dois anos de pandemia e são apresentadas em queda, mas a realidade mostra outra coisa bem diferente.
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Matança sem controle
Dados não oficiais apontam que mais de 20 pessoas foram vítimas de homicídio no Estado somente no último final de semana, colocando o alto comando da Segurança Pública do Pará no “modo atarantado”. Os ataques mais agudos atingem agentes da segurança pública e são atribuídos ao Comando Vermelho. Ano passado, o Sistema Penitenciário do Pará virou notícia nacional por suposto “acordo de boa convivência com a facção criminosa”, que segue mandando recados ao governo com exigências sobre “tratamento preferencial” nas cadeias do Pará. Embora tenha negado as denúncias, os fatos corroboram os boatos.
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Hoje, o governo de ontem
Desde o último final de semana, circula nas redes sociais vídeo gravado pelo candidato Helder Barbalho sobre a violência no Pará. Na peça, Helder critica o governo Jatene por anunciar a criação de um “gabinete de crise” para tentar conter a insegurança e aponta um quadro estatístico do número de policiais executados no Estado, recomendando ao então governo não a criação de um “gabinete de crise”, mas “sair do gabinete para enfrentar a crise”. Mutatis mutandis. Helder amarga hoje o que criticou ontem, com a diferença de que, dizem, seu governo tem um acordo com uma facção criminosa capaz de avisar o que vai fazer amanhã, colocando a segurança pública de joelhos. Veja vídeo: