Os preços do petróleo podem ultrapassar os 300 dólares por barril e o fornecimento de gás à Europa pode ser cortado, se a União Europeia e os Estados Unidos decidirem punir a Rússia e suspender ou reduzir as importações de petróleo do país. O aviso foi deixado pelo vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak.
“Lamentavelmente, vimos a declaração de políticos europeus sobre questões energéticas e apelos para reduzir o petróleo e o gás russo. As autoridades europeias estão, mais uma vez, tentando transferir os problemas e fracassos da sua própria política energética dos últimos anos para a Rússia”, afirmou o vice-primeiro-ministro russo numa declaração à uma rede de televisão estatal, recordando que uma das consequências “é o aumento nos preços da energia que estamos testemunhando hoje”.
Os Estados Unidos irão começar a negociar com a Venezuela para ter alternativa em relação combustíveis russos. A União Europeia, por sua vez, tem prometido arranjar uma forma de ser menos dependente a nível energético da Rússia. E agora, o Kremlin avisa que tem “todo o direito” a retaliar e punir o Ocidente, caso avancem as sanções à importação de petróleo russo.
Embora admita que o Kremlin ainda não tomou essa decisão, Novak recordou “que uma rejeição do petróleo russo teria consequências catastróficas para o mercado global”.
“O aumento dos preços seria imprevisível. Seria de 300 dólares por barril, ou até mais”, acrescentou.
Os preços do petróleo dispararam nessa segunda-feira para os níveis mais elevados desde 2008, depois do Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter dito que Washington e os aliados europeus estão considerando proibir as importações de petróleo russo. E, vale lembrar que, cerca de 40 por cento do gás e de 30 por cento do petróleo consumido pela UE é importado à Rússia e, não tendo alternativas “fáceis”, se o fornecimento russo for cortado a população europeia será a mais prejudicada.
Novak deixou ainda outro aviso: “é impossível encontrar rapidamente um substituto para o petróleo russo no mercado europeu”.
“Levará anos e ainda será muito mais caro para os consumidores europeus. Em última análise, serão eles os mais prejudicados”.
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