EDITORIAL
Há um bom tempo – para ser exato desde 2018, ano em que Jair Messias Bolsonaro concorria ao cargo que hoje ocupa — grupos lulopetistas trabalharam como cardumes sincronizados para construir um universo paralelo, no qual a realidade se concretiza numa espécie de terreno metaverso do PT. (aproveitando o assunto em tendência).
É que, veja bem, por vezes incontáveis, esses grupos se mobilizam, de forma orquestrada, para lançar a tese de que o atentado contra o então candidato à eleição foi manipulado por todas as esferas públicas e privadas do país.
Imprensa, hospitais, profissionais de saúde, instituições judiciárias e Polícia Federal se articularam para engendrar uma grande farsa: a da facada contra Bolsonaro.
Segundo os peritos da web, do corpo de Jair não foi derramado o sangue esperado como consequência de um ato brutal; mesmo que o renomado gastrocirurgião Marcos Belotto, do Hospital Sírio-Libanês, tenha explicado que é normal não se enxergar a hemorragia, porque, geralmente nesses casos, o sangramento ocorre dentro da barriga e não fora.
O admirável é que são essas mesmas pessoas, as quais criticam os bolsonaristas que se declaram contra a obrigatoriedade da vacina, a pecha de “negacionistas”.
Discussão sobre ciência e coronavírus à parte, porque cabe aos especialistas a discussão, o questionamento é inevitável: como podem esses grupos se sentirem pertencentes ao universo científico ao mesmo passo que colocam em xeque grandes instituições médicas e profissionais da saúde ilibados?
É claro, como a luz dia, que a ideologia está acima da ciência. E mais do que da ciência, está acima da sanidade. Entre esses grupos há uma conclusão comum: qualquer articulação contra o atual governo é válida, ainda que seja embasada numa teoria conspiratória digna da sétima arte. Obviamente, esse discurso “genial” não nasceu na periferia política. Ele vem de cabeças estrategistas. No último Setembro, deputados federais do PT compartilharam nas redes sociais o documentário “Bolsonaro e Adélio, Uma Fakeada no Coração do Brasil”, que defende o enredo de que a facada em Jair foi forjada. Inclusive, o canal do partido divulgou uma entrevista com o diretor do filme, o jornalista Joaquim de Carvalho, no Youtube. Em âmbito jurídico, a legenda e seus filiados nada sofreram.
Afinal, se há quem acredite, piamente, na inocência de Lula e ignore as evidências, haverá quem compre o mito da facada falsa.
Acontece que esse tipo de movimento tem efeito reverso sobre o bolsonarismo e, quem sabe, sobre os “isentões”. Quando o ridículo é escancarado de forma tão recorrente, como essa teoria negacionista de que Bolsonato não foi gravemente ferido, e que todos os institutos estão aparelhados, é possível que os espectadores se “enojem” e produzam dentro de si um sentimento de “justiça” ou revanche, por mais discordantes que sejam do governo, trazendo à tona o antipetismo que pavimentou a estrada que levou o ex-deputado polêmico ao planalto.
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