A prefeitura de Sorocaba, interior de São Paulo, confirmou nesse domingo, 6, que dois bebês, um de dois e outro de quatro meses, receberam uma dose da vacina contra a Covid-19 por engano. O caso ocorreu na última quinta-feira, 2, quando os bebês foram levados a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para receber a vacina pentavalente, responsável pela proteção contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite C e a bactéria haemophilius tipo B, recomendada para os 2, 4 e 6 meses de idade.
De acordo com a Prefeitura, toda assistência necessária foi oferecida pelo secretário de Saúde do município, Vinicius Rodrigues, que avisou pessoalmente as famílias dos bebês.
O Centro de Vigilância Epidemiológica da cidade foi acionado, juntamente com o Ministério da Saúde e o fabricante do imunizante. A orientação das instituições foi de manter as crianças em observação de 10 a 15 dias, sendo, então, encaminhados ao hospital local Gpaci.
Um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) foi aberto para as devidas apurações da situação. A técnica em enfermagem responsável pela aplicação da dose foi afastada da sala de procedimentos injetáveis até o fim das investigações. De acordo com Ana Cláudia Magnus Riello, mãe de um dos bebês, a Liz, de 2 meses, a informação repassada para ela foi de que os frascos de vacina da Covid-19 e da pentavalente foram confundidos pela profissional.
REAÇÕES
Horas após a aplicação da dose, Liz começou a ter febre alta. Medicamentos foram aplicados pela mãe, mas não melhorou e a criança começou a vomitar. Ana Cláudia levou a filha até a emergência de outro posto de saúde e a mãe ouviu dos médicos que os sintomas eram normais da aplicação da vacina, pensando na pentavalente.
Ainda no mesmo dia e sem melhoras de Liz, Ana Cláudia recebeu uma ligação pedindo que voltasse ao local de aplicação com urgência. Quando chegou no posto, a carteira de vacinação da filha foi levada por uma atendente. Passou uma hora esperando por informações até que a levaram para uma sala aos fundos da UBS, sendo recebida por médicos, enfermeiras e funcionários. Ana contou para a CNN que já desconfiava da vacina errada e que teve uma queda de pressão enquanto pedia informações sobre o que estava acontecendo.
A bebê, então, foi encaminhada para internação e segue bem, segundo a mãe, realizando exames a cada 48h para monitoramento, conforme indicação da Pfizer. Os exames incluem ultrassons da cabeça e eletrocardiogramas. Até agora, nenhum exame realizado apresentou qualquer alteração.
PERNAS INCHADAS
Miguel, de 4 meses, foi o outro bebê que recebeu a vacina da Covid-19. A mãe, Kethillyn, também levou o filho na mesma UBS que Liz e no mesmo dia. Miguel foi atendido pela mesma enfermeira.
No mesmo dia a criança começou a ter as reações: pernas inchadas e ele não conseguia se mexer, além da febre alta. A mãe conta que administrou medicamentos, o que não funcionou, além de tentar amamentar, mas Miguel começou a ter vômitos. A enfermeira avisou que a vacina poderia dar reações, então esse foi o primeiro pensamento de Kethillyn.
No dia seguinte, a noite, o secretário de Saúde foi à casa da família de Miguel para informar o erro. Um carro da prefeitura levou o bebê para internação. Segundo relatos da mãe, quando chegou ao hospital, Miguel teria começado a espumar e a ficar com os lábios roxos, apresentando dificuldade de respirar. Mas agora passa bem e em observação.
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