O presidente Lula (PT) afirmou nesta segunda-feira (23), durante sua viagem à Argentina, que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016 foi um golpe de Estado no Brasil e que, após sua saída, o país entrou em retrocesso.
“Vocês sabem que depois de um momento auspicioso no Brasil, quando governamos de 2003 a 2016, houve um golpe de Estado. Se derrubou a companheira Dilma Rousseff com um impeachment, a primeira mulher eleita presidenta da República do Brasil”, disse Lula, ao lado do presidente argentino Alberto Fernández.
Segundo Lula, depois da saída de Dilma, “o Brasil entrou em um retrocesso que eu jamais imaginei que o Brasil poderia entrar. Tivemos durante quatro anos um presidente que tomou a iniciativa de se isolar do mundo”.
Na última semana, o governo federal tornou institucional a classificação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) como um “golpe” em texto de apresentação da nova presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), publicado no site da agência de comunicação oficial do governo.
O caso rendeu ao governo Lula uma denúncia no Ministério Público Federal (MPF). Dilma, que teve seu segundo mandato encerrado em 31 de agosto de 2016, deve ser nomeada pelo presidente brasileiro para ocupar algum cargo no Exterior.
O ataque às instituições brasileiras causou indignação entre cidadãos e parlamentares, que questionaram a postura do presidente e também a falta de reação das instituições como o Senado e o Supremo Tribunal Federal (STF), acusados de promoverem um golpe de estado.
A deputada estadual Janaina Paschoal, autora do pedido de impeachment, adirmou: “Presidente Lula não está mais no palanque. Ele é Chefe de Estado e ofende as Instituições ao dizer que o Processo Constitucional do Impeachment foi um golpe de Estado. O processo tramitou na Câmara dos Deputados e no Senado Federal e foi presidido pelo então Presidente do STF!”.
A deputada questionou se os agentes que, alegadamente, “contiveram ímpetos” da direita farão o mesmo contra o visível extremismo de esquerda: “Saímos do populismo patriota para o populismo bolivariano. O Brasil parece mesmo assombrado por um pêndulo do atraso. Espero que as mesmas instituições que contiveram os ímpetos de um, até excedendo competências, contenham os arroubos do outro. Se não, estaremos “lascados”!”.
O deputado federal Marcel van Hattem ironizou o caso em suas redes sociais. “Já faz mais de 24h que Lula atacou as instituições brasileiras, Congresso e STF, chamando o impeachment constitucional de Dilma Rousseff de golpe de Estado. Alguém sabe dizer se o ministro Alexandre de Moraes já incluiu o extremista de esquerda no inquérito das fake news?”, questionou.
O vereador Rodrigo Marcial respondeu ao presidente também em suas redes sociais. “Não, Lula, o impeachment da Dilma não foi “golpe de Estado”. O golpe de Estado foi você ter saído da prisão”, disse.
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