O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) protagonizou um tumulto na tarde desta terça-feira, 9 de dezembro, ao ocupar a cadeira do presidente da Câmara dos Deputados em protesto contra a votação de seu processo de cassação. A sessão, que já vinha marcada por tensão, foi interrompida após o parlamentar se recusar a deixar o assento destinado ao comando da Casa.
Sentado na cadeira de Hugo Motta (Republicanos-PB), Glauber declarou que permaneceria no local “até o limite das forças”, tentando pressionar o presidente da Câmara a recuar da decisão de levar seu caso ao plenário. Servidores da Mesa Diretora, policiais legislativos e deputados chegaram a solicitar que o parlamentar deixasse o posto, mas ele insistiu em permanecer.
A atitude inédita gerou desconforto inclusive entre colegas de esquerda. A reportagem testemunhou o deputado Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP) questionando Sâmia Bonfim (PSOL-SP), esposa de Glauber, sobre a estratégia, demonstrando preocupação com a escalada do confronto.
Com a resistência do parlamentar fluminense, policiais legislativos determinaram que jornalistas e assessores deixassem o plenário, permitindo apenas a permanência dos deputados. A medida ampliou o clima de tensão e levantou críticas sobre o uso do espaço da Mesa como forma de protesto político.
A ação de Glauber Braga acabou lembrando episódios anteriores em que parlamentares de oposição ao governo Lula foram acusados de “invadir” a Mesa para impedir votações. Desta vez, porém, a ocupação partiu de um deputado do PSOL, levantando questionamentos sobre a coerência do discurso de setores da esquerda que antes condenavam esse tipo de protesto.
A análise do processo de cassação deve seguir nos próximos dias, mas o episódio expôs um novo foco de crise interna no Congresso e reacendeu o debate sobre limites regimentais e respeito institucional dentro da Câmara.








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