A indígena Ysani Kalapalo, da etnia Kalapalo, protagonizou um discurso forte e repleto de críticas durante sua participação na COP 30, em Belém. Em tom emocionado, ela acusou o Ministério dos Povos Indígenas e outras instituições de não representarem de forma real as necessidades das comunidades indígenas.
Segundo Ysani, o Ministério não apenas deixa de atender às reivindicações, como também celebra a repressão contra indígenas que não seguem a linha política dominante. Em sua fala, ela afirmou que o órgão “festeja a nossa prisão” e defendeu independência ideológica. Para ela, patriotismo não deveria ser interpretado como posicionamento político. “Nós, indígenas, também somos brasileiros e temos o dever de defender nossa pátria”, declarou.
A liderança também questionou a distribuição de recursos públicos destinados às causas indígenas. Ysani ironizou o destino desses valores, sugerindo que acabam nas mãos de ONGs, políticos e figuras que, segundo ela, não representam a vida nas aldeias. “Quem vai receber? Uma beba gorda? As ONGs? Os políticos?”, disparou.
Outro ponto levantado foi o tratamento recebido por sua delegação na conferência. Ysani afirmou que o Ministério dos Povos Indígenas teria se recusado a garantir hospedagem ou abrir diálogo com o grupo. “Nos tratam como indígenas fora da lei”, disse.
Mesmo em meio às críticas, Ysani encerrou defendendo sua identidade e o compromisso das comunidades com a preservação ambiental. “Seguiremos até o fim, até o último indígena, cuidando da natureza que é nossa. Essa é a nossa pátria: Brasil”, declarou.
O pronunciamento rapidamente ganhou repercussão nas redes sociais.










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