O Ministério Público da Itália manifestou apoio à extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), presa preventivamente em Roma desde julho, segundo informou a Advocacia-Geral da União (AGU) nesta quarta-feira, 22. O parecer representa um avanço no processo que pode enviar a parlamentar de volta ao Brasil para cumprir as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
A polícia italiana prendeu Zambelli depois de uma ação coordenada entre autoridades dos dois países. A Corte de Apelação de Roma justificou a detenção ao considerar elevado o risco de fuga, já que a parlamentar deixou o Brasil pouco depois de o STF decretar sua prisão preventiva, em sentença de 4 de junho.
A AGU atua na representação do Brasil no processo de extradição, com o objetivo de assegurar que as decisões judiciais nacionais sejam respeitadas.
Zambelli deixou o Brasil depois de condenação no STF
No início de junho, a deputada deixou o Brasil depois de o STF condená-la a dez anos de prisão pelo suposto envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça, quando teria emitido um mandado falso contra o ministro Alexandre de Moraes.
O advogado Pieremilio Sammarco, que representa Zambelli, afirmou que buscará provar irregularidades no processo brasileiro, como o fato de “a vítima do suposto crime ser a mesma pessoa que fez a sentença, que decidiu pela execução da sentença e que decidiu a apelação”.
Na carta ao ministro, Zambelli se diz vítima de perseguição política e argumenta que Nordio estaria aceitando uma “decisão injusta e sem provas” de Moraes.
“Com esse consentimento seu em manter uma cidadã inocente na cadeia, o senhor está de mãos dadas com o próprio demônio e vai se sujar também?”, indagou Zambelli.
O processo de extradição, solicitado pelo governo brasileiro, segue em análise na Corte de Apelação da Itália.
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