O Secretário de Meio Ambiente do Estado, Mário Ó de Almeida, declarou que até 2026 pretende ser emissor líquido zero de gases que causam o efeito estufa. A proposta não tem sido muito bem recebida por ambientalistas, uma vez que o Pará concentrou, em 2019, cerca de 85,42% de emissões de Gases de Efeito Estufa, com 341.970.850 gigatoneladas de dióxido de carbono equivalente, como mostra o Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa – Observatório do Clima. Naquele ano, isso representou mais de 18% do total de emissão do GEE do Brasil.
As dificuldades para o cumprimento dessas medidas são enormes e vão desde a necessidade de diminuição das áreas de pastagens, responsáveis por 17% das emissões de GEE no país (Fonte: Observatório do Clima), até o fato de o governo estar envolvido com setores considerados contrários às metas exigidas para essa redução.
O desmatamento continua em ritmo acelerado no Estado, acumulando 73% nas taxas de 2018 a 2020, de acordo com o Prodes – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em 2020, o Pará desmatou 4.899 km2, o que representou 45% do desmatamento total da Amazônia Legal, que foi de 10.851 km2.
Altamira e São Félix do Xingu foram os dois municípios que mais desmataram, respectivamente, 709 km2 e 608 km2, com o total 1.317 km2, representando, juntos, mais do que Rondônia desmatou.
Recentemente, a plataforma Terra Brasilis, do Inpe, mostrou que a Amazônia Legal, no ano de 2021, teve seu segundo pior índice de desmatamento em outubro, somando 795,1 km².
As ideias de “política verde” do Governo do Pará, apresentadas na participação da COP-26, ainda não foram levadas para conhecimento da Assembléia Legislativa.
*Foto destacada: Divulgação Greenpeace.
Comentários