Durante o Fórum Varanda da Amazônia, realizado esta semana, Mari Belém, filha da cantora Fafá de Belém, tentou rebater as críticas recorrentes nas redes sociais sobre o suposto afastamento da mãe em relação à terra natal e suas vindas apenas no período do Círio de Nazaré, quando promove a famosa “Varanda de Nazaré”, financiada com milhões de reais oriundos dos cofres públicos paraenses.
No início deste ano, o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) abriu uma investigação para apurar o repasse de R$ 1,5 milhão destinado ao projeto Varanda de Nazaré 2024. O valor foi transferido pela Secretaria de Turismo do Pará (Setur) à Organização da Sociedade Civil Pará 2000, por meio do Programa Estadual de Incentivo à Cultura – Semear.
Em entrevista concedida ao portal Estado do Pará Online, Mari afirmou que “as pessoas dizem que a Fafá só vem aqui pra ganhar dinheiro no Círio, mas é só seguir o Instagram dela: ela vem dez vezes por ano, passa férias, Réveillon e vive divulgando o Pará pelo mundo.”
A fala, no entanto, não convenceu muita gente — especialmente após declarações anteriores da própria Mari, nas quais ela teria afirmado que “não dá pra morar em Belém porque é muito caro o deslocamento para outras regiões do Brasil” e que, para crescer profissionalmente, seria preciso sair do estado.
A contradição não passou despercebida. Internautas ironizaram que a filha de Fafá parece mais identificada com São Paulo ou Lisboa do que com Belém, cidade onde a carreira da mãe nasceu e se consolidou.
“De Fafá de Belém pra Fafá de São Paulo — a sucessora já tá no caminho”, escreveu um usuário no X (antigo Twitter). Outro comentou: “Quem tem dinheiro pra ir e vir dez vezes por ano fala que Belém é cara. Imagina pra quem mora e trabalha aqui o ano inteiro.”
Durante o evento, Mari também defendeu o direito de artistas paraenses morarem fora do estado, alegando que muitos o fazem por “necessidade profissional”, e que “quem saiu da terra também tá fazendo o caminho e divulgando o Pará lá fora.”
A frase, porém, reacendeu o debate sobre a elitização cultural e a fuga de talentos diante da falta de investimento no mercado artístico local — algo que a própria fala de Mari, involuntariamente, acabou escancarando.
Com a repercussão das declarações, o público se dividiu: de um lado, quem vê em Mari apenas sinceridade ao reconhecer as dificuldades de viver da arte na Amazônia; de outro, quem enxerga desdém e desconexão com o povo paraense que sempre sustentou a fama e o prestígio da família.
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