O ex-auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, foi detido na Itália nesta quarta-feira (1). De acordo com seu advogado, Eduardo Kuntz, ele foi conduzido para a delegacia para que seja aplicada uma medida cautelar de restrição de circulação.
Eduardo Tagliaferro não poderá deixar o município da Itália em que está morando. Agora, ele está prestando depoimento, e a defesa acredita que, em seguida, ele será liberado.
O ex-auxiliar está na Itália e o ministro Alexandre de Moraes pediu, em agosto, ao Ministério da Justiça que tome providências para extraditar Eduardo Tagliaferro, por conta de uma denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo. Segundo a acusação, ele teria agido contra a legitimidade do processo eleitoral e tentado atrapalhar as investigações sobre os atos antidemocráticos.
Na denúncia, a PGR afirma que Tagliaferro divulgou à imprensa informações confidenciais, envolvendo conversas que teve com servidores do STF e do TSE. Na época, ele ocupava o cargo de assessor-chefe da equipe responsável por combater a desinformação na Justiça Eleitoral. A Procuradoria também afirma que Tagliaferro atuou em favor de uma organização criminosa que divulgava notícias falsas contra as urnas eletrônicas, o Supremo Tribunal Federal e o TSE.
No começo de setembro, o ministro do STF Alexandre de Moraes rebateu, acusações feitas contra ele pelo ex-assessor. Em audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado, Tagliaferro acusou Moraes de utilizar a estrutura do Tribunal Superior Eleitoral, enquanto era presidente da Corte, para produzir provas que seriam depois usadas em inquéritos sob relatoria dele no Supremo Tribunal Federal.
A nota divulgada pelo gabinete do ministro rebate essa acusação dizendo que foram feitas diversas determinações, requisições e solicitações a inúmeros órgãos, incluindo o TSE. O texto destaca que a Corte eleitoral tem poder de polícia e competência para fazer relatórios sobre atividades ilícitas e discursos de ódio.
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