Senadores que estavam indecisos na semana passada mudaram de opinião e passaram a se declarar contra a PEC da Blindagem no fim de semana, após publicação de reportagem do Globo que mostrou que há maioria para barrar o texto no Senado e manifestação que ocorreram por todo o país contra à proposta e a anistia.
A senadora Ivete da Silveira (MDB-SC), por exemplo, se diz agora contra a proposta, após conversar com lideranças do seu partido. O senador da oposição Romário (PL-RJ) também mudou seu posicionamento.
O senador Weverton (PDT-MA) não havia respondido, mas se manifestou contrário seguindo orientação do seu partido que divulgou nota contrário ao texto, assim como o senador Beto Faro (PT-PA).
Com essas novas manifestações, o placar ficou em 51 dos 81 senadores se declarando contrários à medida, enquanto apenas seis afirmando ser favoráveis. Para ser promulgada, a PEC precisa de no mínimo 49 votos no plenário da Casa, patamar improvável de ser alcançado, de acordo com as respostas dos próprios congressistas.
O texto, no entanto, deve esbarrar em uma trava ainda anterior. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), enviou a proposta para ser analisada inicialmente pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Dos 27 integrantes do colegiado, 17 já anunciaram voto contrário, ante três a favor. Outros sete não quiseram antecipar a posição. Entre os que se manifestaram pela rejeição à medida está Alessandro Vieira (MDB-SE), escolhido como relator.
Em outra frente, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) disse que quer propor um texto alternativo.
“Minha proposta é apresentar um substitutivo garantindo que essa prerrogativa seja assegurada apenas para os crimes de opinião. Isso fortalece o Parlamento, a Democracia e a liberdade de expressão. Minha intenção é apenas colaborar para esse debate”, escreveu Nogueira nas redes sociais.
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