
A Polícia Civil de São Paulo segue investigando o assassinato do ex-delegado-geral do Estado Ruy Ferraz Fontes, de 64 anos, morto nessa segunda-feira, 15, em uma emboscada na Praia Grande, litoral paulista. O objetivo é esclarecer as motivações do crime e prender os criminosos.
Fontes foi baleado no momento em que saía da sede da Prefeitura de Praia Grande, no início da noite dessa segunda-feira, 15. Atualmente, ele era secretário de Administração Pública de Praia Grande e despachou na prefeitura normalmente no dia do crime.
Quinze minutos antes de sair do prédio, ele conversou por telefone com o procurador de Justiça Márcio Christino. “Fui o último a conversar com ele. Ele não estava fazendo nada ligado à segurança, estava afastado da área”, afirmou o procurador.
Fontes saiu da prefeitura e foi seguido por bandidos em uma Hilux. Imagens de câmeras de segurança mostram que o ex-delegado estava em alta velocidade, provavelmente fugindo dos bandidos, quando entrou em um cruzamento e foi atingido por um ônibus. Seu carro capotou e ficou imprensado. Três bandidos descem então da picape com fuzis e atiram no delegado, que reagiu.
Os disparos no atentado que mataram Fontes também atingiram a família de Fátima, moradora da cidade e testemunha do crime no bairro Vila Mirim. Ao Estadão, ela (que teve o nome alterado por motivos de segurança) contou que não apenas presenciou a cena, como também teve a filha e o neto baleados durante o tiroteio.
A filha já recebeu alta porque uma das balas atravessou a perna e a outra ficou alojada, mas foi retirada.
O estado do neto, de 19 anos, é mais grave. Embora esteja fora de risco, ele continua internado. “Foi um tiro de fuzil que quebrou o osso da perna. Ele vai precisar passar por cirurgia”, contou.
Para promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco) ouvidos pelo Estadão, “tudo indica que foi um crime de máfia”.
Outra hipótese investigada pela polícia é a possibilidade de o crime estar ligado a uma licitação na Prefeitura de Praia Grande que teria prejudicado uma entidade ligada aos criminosos. No começo da noite, um carro suspeito de ter sido usado pelos bandidos foi encontrado em chamas.
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