O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), comunicou a líderes partidários que irá pautar a urgência do projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. Segundo parlamentares ouvidos pela Folha de S. Paulo, a votação da urgência, que não trata do mérito do texto, mas acelera sua tramitação, deve ocorrer já nesta quarta-feira (17), logo após a análise da chamada PEC da Blindagem. A proposta impede investigações contra deputados e senadores sem autorização do Congresso.
Motta comunica líderes e pressiona Planalto:
Na segunda-feira (15), Hugo Motta informou sua decisão ao Palácio do Planalto e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem esteve em um almoço. De acordo com relatos, Lula reafirmou que se opõe à anistia aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro.
Entre as alternativas em discussão, estão a mobilização de ministros com mandato na Câmara para votar em plenário, além de estimular deputados contrários à anistia a se ausentar, dificultando o quórum qualificado.
Estratégias políticas em análise:
O Planalto também considera rever indicações para cargos federais e intensificar a liberação de emendas parlamentares como forma de pressionar a base. Governistas cobram agilidade da Secretaria de Relações Institucionais nesse processo.
PEC da Blindagem como peça de negociação
Na noite de segunda-feira, Hugo Motta substituiu o relator da PEC da Blindagem: Cláudio Cajado (PP-BA) entrou no lugar de Lafayette de Andrada (Republicanos-MG). Para líderes do centrão, a votação da PEC pode ajudar a distensionar o ambiente político e criar um caminho de negociação para a questão da anistia.
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