O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a soltura de Cristiane da Silva, considerada a primeira participante dos atos de 8 de Janeiro a ser deportada dos Estados Unidos. A decisão foi publicada em 3 de setembro, na semana em que começou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela trama golpista.
Cristiane retornou a Balneário Camboriú (SC) na última sexta-feira (6), após cumprir 228 dias de detenção, entre prisões no sistema norte-americano e brasileiro. Ela havia deixado o país em 2024, após romper a tornozeleira eletrônica e atravessar clandestinamente a fronteira com a Argentina.
Na decisão, Moraes substituiu a pena de prisão por condições alternativas:
225 horas de serviços comunitários;
participação obrigatória em curso sobre democracia;
proibição de deixar Balneário Camboriú sem autorização judicial, entre outras.
O ministro advertiu que o descumprimento de qualquer medida poderá resultar em nova prisão.
Em fevereiro de 2025, enquanto ainda estava presa nos EUA, o STF condenou Cristiane a um ano de prisão pelos crimes de incitação ao crime e associação criminosa. Ela não foi enquadrada na acusação de tentativa de golpe de Estado.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Cristiane participou dos acampamentos em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, mas não das depredações ocorridas no 8 de Janeiro. Para réus de menor participação, a PGR havia proposto acordos de não-persecução penal. No entanto, a fuga de Cristiane impediu que ela se beneficiasse desse mecanismo.
Cristiane não foi a única a tentar escapar da Justiça brasileira. Outras três mulheres ligadas ao 8 de Janeiro também foram detidas nos Estados Unidos.
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