Nesta terça-feira (9), durante a inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia), em Manaus, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, fez um discurso marcado por duras críticas aos Estados Unidos e alertou para o risco de ataques militares contra países da América do Sul. Segundo ele, a ausência de reação da região pode transformar cidades como Manaus, Rio de Janeiro e Bogotá em possíveis alvos de bombardeios.
Petro questionou a passividade da América Latina diante da escalada de tensões envolvendo a Venezuela. “Podem cair bombas em Manaus, Rio de Janeiro, Bogotá e outras cidades. Então, nós vamos ficar calados agora e essas bombas matarem nossas crianças ou nós vamos parar e nos unir?”, disse, pedindo uma articulação conjunta entre os países do continente.
O líder colombiano associou a ameaça ao interesse norte-americano no petróleo venezuelano e citou um episódio recente no Caribe, quando um barco foi atingido por forças militares dos EUA. Para ele, apesar da crise política em Caracas, a solução não pode ser militar. “O problema é o petróleo. Há uma discussão mundial, colocada na América Latina, motivada pela energia do capital baseada na exploração de trabalhadores e também da natureza”, afirmou.
Além das críticas, Petro ressaltou a necessidade de união da região para responder “de igual para igual” aos Estados Unidos e destacou a urgência de proteger a floresta amazônica. “Se a floresta é salva, salva-se também a humanidade. Essa é a realidade e é por isso que estamos aqui. Não é por outra coisa, é pela humanidade”, declarou.
A cerimônia contou ainda com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da vice-presidente do Equador, María José Pinto, além de ministros e representantes de forças policiais de diferentes países.
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