O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deixou claro que não pretende flexibilizar as regras da Casa para permitir que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) continue exercendo seu mandato mesmo estando nos Estados Unidos. Em entrevista concedida ao portal Metrópoles nesta quinta-feira (7), Motta alegou que o regimento interno não prevê o exercício remoto de funções parlamentares e que não vê justificativa para abrir exceção.
“Não há previsão regimental para atuação à distância. Isso seria uma excepcionalidade, e neste caso, não se aplica”, afirmou Motta, mantendo a rigidez da norma mesmo diante de um cenário político atípico.
Eduardo Bolsonaro, alvo de perseguições judiciais e políticas no Brasil, está nos Estados Unidos, onde articula com aliados do ex-presidente Donald Trump possíveis sanções contra autoridades brasileiras que têm protagonizado ações controversas, como o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
O presidente da Câmara relembrou que a única exceção semelhante foi feita durante a pandemia, por se tratar de uma emergência sanitária — muito diferente, segundo ele, do contexto atual, que envolve o deputado defendendo bandeiras conservadoras e denunciando abusos institucionais.
Motta reconheceu a legitimidade da atuação política de Eduardo, embora tenha pontuado discordâncias pessoais. “Respeito sua atuação, ainda que não concorde com alguns movimentos. Mas minha intenção não é favorecê-lo, nem prejudicá-lo”, declarou, sem demonstrar disposição de proteger a atuação do parlamentar mesmo diante de um contexto que muitos consideram perseguição política.
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