Entre 1975 e 1979, o Camboja viveu um dos capítulos mais sombrios da história moderna. Liderado por Pol Pot e pelo grupo comunista Khmer Vermelho, o regime prometia igualdade e justiça social. O resultado foi um genocídio que matou cerca de 2 milhões de pessoas, aproximadamente um quarto da população do país.
A ascensão de Pol Pot e o Khmer Vermelho
Inspirado por ideais maoístas e comunistas radicais, Pol Pot acreditava que o Camboja deveria ser transformado em uma sociedade agrária, eliminando qualquer vestígio de vida urbana, religião ou pensamento intelectual. Ao tomar o poder em 1975, ele iniciou uma revolução total: aboliu o dinheiro, fechou escolas, hospitais e templos, e ordenou a evacuação forçada das cidades.
Milhões de cambojanos foram obrigados a caminhar até o interior, onde foram submetidos a jornadas exaustivas de trabalho forçado nos campos rurais, sob vigilância armada e com pouca ou nenhuma comida.
A perseguição e o extermínio
O regime considerava inimigo qualquer pessoa que representasse educação, cultura ou pensamento independente. Saber ler, falar outra língua ou até mesmo usar óculos podia ser motivo de execução. Médicos, professores, monges, artistas, minorias étnicas e religiosos foram sistematicamente eliminados.
As execuções eram brutais. Muitas vítimas foram mortas com ferramentas simples, como facões e paus, para “economizar munição”. Crianças eram assassinadas diante dos pais, e famílias inteiras desapareceram nos chamados “Campos da Morte”, como o de Choeung Ek, onde milhares foram enterrados em valas comuns.

A queda do regime
Em 1979, após anos de terror e ataques provocados pelo Khmer Vermelho contra seus vizinhos, o Vietnã invadiu o Camboja, derrubando o regime de Pol Pot. O ditador fugiu para a selva, onde continuou liderando remanescentes do Khmer Vermelho até os anos 1990.
Pol Pot morreu em 1998, de forma natural, sem nunca ter sido julgado pelas atrocidades ordenadas por ele.
O legado de horror
O Camboja emergiu devastado, com uma população traumatizada e marcas profundas que permanecem até hoje. O genocídio de Pol Pot é uma lembrança de como regimes totalitários e ideologias radicais podem transformar promessas de justiça social em mecanismos de dominação e morte.
O caso do Camboja mostra que, quando um governo concentra poder absoluto e impõe uma ideologia única como fez o comunismo de Pol Pot vidas humanas se tornam descartáveis em nome de uma utopia doentia.
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