Em 11 de março de 2011, o Japão viveu um dos momentos mais dramáticos de sua história moderna. Um terremoto de magnitude 9,0, um dos mais fortes já registrados no planeta, sacudiu a região nordeste do país. Foi tão intenso que deslocou o eixo da Terra e encurtou a duração dos dias em alguns milissegundos.
No entanto, o pior ainda estava por vir.
Pouco depois do tremor, um enorme tsunami atingiu a costa japonesa com ondas que chegaram a 14 metros de altura. Cidades inteiras foram varridas. Milhares de pessoas desapareceram. E no meio desse caos, algo muito mais perigoso começava a acontecer silenciosamente: o colapso da usina nuclear de Fukushima Daiichi.
A usina, construída nos anos 1970, era operada pela empresa Tokyo Electric Power Company (TEPCO). Seus sistemas de segurança foram projetados para resistir a terremotos, mas não para a combinação de tremor e tsunami daquele porte. A energia elétrica foi cortada, os geradores de emergência falharam, e os sistemas de resfriamento dos reatores deixaram de funcionar.
Sem resfriamento, três dos seis reatores entraram em colapso. O material radioativo dentro deles começou a derreter, um processo chamado de fusão do núcleo. Explosões ocorreram nos prédios da usina, liberando radiação no ar. A contaminação se espalhou rapidamente.
O governo japonês ordenou a evacuação de mais de 150 mil pessoas que viviam nas áreas próximas. Várias cidades foram transformadas em zonas de exclusão, cercadas por cercas e sinalizações de perigo radioativo. Até hoje, parte dessa região continua inabitável.
Além dos impactos humanos, o desastre gerou uma crise ambiental e tecnológica. A TEPCO passou a armazenar milhões de litros de água contaminada usada no resfriamento dos reatores. Essa água está atualmente estocada em tanques gigantescos, e há planos polêmicos para liberá-la, aos poucos, no Oceano Pacífico, o que causa preocupação internacional.
O desastre de Fukushima é considerado o pior acidente nuclear desde Chernobyl, em 1986. Ele reacendeu debates sobre a segurança da energia nuclear em todo o mundo e obrigou o Japão a revisar sua matriz energética.
Mais do que uma tragédia, Fukushima é um alerta permanente.
Um lembrete de que, mesmo em um país altamente tecnológico como o Japão, a força da natureza pode ser imprevisível e devastadora.
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