O governo do Irã declarou nesta segunda-feira (23) que os ataques realizados pelos Estados Unidos contra suas instalações nucleares ampliaram a lista de alvos considerados legítimos para possíveis ações de retaliação.
Durante um pronunciamento transmitido pela televisão estatal, o porta-voz militar iraniano, Ebrahim Zolfaqari, fez duras críticas ao presidente norte-americano, Donald Trump, a quem chamou de “apostador” por apoiar Israel.
“Senhor Trump, o ‘apostador’, talvez você inicie essa guerra, mas seremos nós que vamos encerrá-la”, afirmou Zolfaqari, conforme divulgado pela agência Reuters.
Os ataques dos EUA ocorreram no sábado (21) e tiveram como alvo três centros estratégicos do programa nuclear iraniano: Fordow, Isfahan e Natanz.
Esses locais são fundamentais para o enriquecimento de urânio e desenvolvimento de combustível nuclear no país. O general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, afirmou que as instalações sofreram “danos severos”.
Já o governo iraniano, confirmou os bombardeios, mas ressaltou que conseguiu remover parte dos equipamentos sensíveis antes das explosões.
Essa ofensiva marcou a entrada formal dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã, elevando a tensão na região.
No dia seguinte, o presidente Trump insinuou, por meio de sua rede social Truth Social, a possibilidade de uma mudança no regime iraniano liderado pelo aiatolá Ali Khamenei. “Se o atual regime não consegue tornar o Irã grande novamente, por que não mudar?”, escreveu Trump, usando a sigla “MIGA” – provável alusão ao slogan “Make Iran Great Again”.
Em resposta, o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, classificou as ações de Israel como “um grande erro e um crime grave”, prometendo continuidade nas punições ao que chamou de “inimigo sionista”. No mesmo dia, o Parlamento iraniano aprovou uma medida que prevê o fechamento do Estreito de Ormuz, uma das rotas mais estratégicas do comércio global de petróleo. A decisão final cabe ao Conselho de Segurança Nacional e ao próprio aiatolá.
A escalada no conflito reacende alertas em nível global, principalmente devido ao impacto potencial ao fornecimento de petróleo e à instabilidade geopolítica no Oriente Médio.
Especialistas temem que os próximos movimentos possam desencadear uma crise internacional de grandes proporções, com consequências econômicas e diplomáticas para diversos países.
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