Juliana Martins, uma jovem autista de 19 anos, foi submetida a um procedimento odontológico no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) que resultou na extração de 17 dentes, sem o consentimento da família. O caso, denunciado por sua irmã, Izabella Martins, levantou graves suspeitas de negligência médica e tem mobilizado as redes sociais com a hashtag #JustiçaPorJuliana.
Segundo Izabella, Juliana foi levada ao CIIR para uma limpeza e restauração dentária. A família aguardava do lado de fora quando foi informada, já após o procedimento, de que todos os dentes da jovem haviam sido removidos. “Minha irmã é autista e agora banguela aos 19 anos. Minha irmã saiu traumatizada, minha família está traumatizada. Um dano irreversível e uma dor que jamais vai ser esquecida”, desabafou.
A direção do CIIR teria alegado que a extração foi “um procedimento comum” realizado em outros pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). No entanto, os familiares afirmam que em nenhum momento foram consultados ou autorizaram a cirurgia. Além disso, denunciam a falta de acesso ao prontuário médico, registros fotográficos e informações sobre a quantidade exata de dentes removidos.
O caso provocou indignação entre ativistas, profissionais de saúde e familiares de pessoas com deficiência. Nas redes sociais, a campanha #JustiçaPorJuliana pede apuração rigorosa dos fatos, responsabilização dos envolvidos e mudanças nos protocolos de atendimento a pacientes com TEA.
A Secretaria de Saúde do Pará ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. A família de Juliana estuda medidas legais para responsabilizar o CIIR pelo que classificam como uma grave violação de direitos.

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