O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou, nesta terça-feira (3), decreto que dobra a tarifa aplicada sobre aço, alumínio e derivados importados ao país, que passa de 25% para 50%.
A medida, que afeta o Brasil, entrará em vigor nesta quarta-feira (4). A ação tem como exceção o Reino Unido, que chegou a acordo comercial com os EUA em 8 de maio e continuará com taxa de 25%.
O presidente já havia manifestado a intenção de aumentar a alíquota na semana passada.
— Vamos elevar de 25% para 50% as tarifas de alumínio nos Estados Unidos, o que garantirá ainda mais segurança para a indústria siderúrgica — disse, em uma fábrica de uma empresa metalúrgica na Pensilvânia, na sexta-feira (30).
A alíquota de 25% em vigor está sendo aplicada desde março sobre todas as importações, inclusive do Brasil, que ocupa o posto de segundo maior fornecedor de aço para os EUA.
Essa é a segunda elevação deste o início do atual governo do republicano, porém, Trump já havia aplicado a medida no seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021. Em 2018, ele estabeleceu 25% sobre importações de aço e 10% em relação ao alumínio, mas excluiu México e Canadá.
Na ocasião, ainda, o Brasil conseguiu um acordo estabelecendo cotas de importação isentas da tarifa. Em 2022, Joe Biden revogou as taxas sobre o aço.
Outras medidas de Trump
Essa não é única ação de Trump referente à economia norte-americana e do mundo.
O republicano tenta emplacar um megaprojeto orçamentário que inclui um alívio fiscal e impostos às remessas. Proposta é objeto de árduos debates no Senado devido ao temor de que aumente a dívida dos Estados Unidos.
O projeto de lei reduz drasticamente o orçamento para financiar uma extensão de seus cortes de impostos de 2017.
A proposta inclui um imposto às remessas de 3,5%. Seria aplicado a 40 milhões de pessoas, entre titulares de vistos de residência, trabalhadores temporários e imigrantes em situação irregular, calcula o Centro para o Desenvolvimento Global.
Tarifaço
No dia 30 de maio, o governo do republicano conseguiu derrubar temporariamente a decisão liminar de um tribunal de Nova York, que havia suspendido o tarifaço sobre produtos importados nos EUA.
A decisão, que se refere ao tarifaço apresentado por Trump em 2 de abril, foi contestada pelo governo dos EUA em instância federal ainda na quarta, quando um colegiado de três juízes do Tribunal de Comércio Internacional, com sede em Nova York, bloqueou as tarifas recíprocas anunciadas no chamado “Dia da Libertação”.
Apesar de as tarifas precisarem de aprovação pelo Congresso, Trump defende que deve e que tem poder para agir sozinho.
O presidente argumenta que o déficit da balança comercial dos EUA — ou seja, gastos maiores com importações do que ganhos com exportações — representa uma emergência nacional. A justificativa é questionada nos tribunais.
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