Em um pronunciamento contundente no plenário do Senado Federal, o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) disparou críticas severas ao sistema político brasileiro, classificando o Congresso Nacional como um “ninho de prostituição”. Com um discurso carregado de emoção e desabafo, o parlamentar expressou profundo desânimo com a política nacional e revelou estar considerando abandonar a vida pública, em uma fala que ecoou como um alerta sobre a crise de ética e representatividade no Legislativo.
Cleitinho, conhecido por seu estilo direto e popular, abriu seu pronunciamento com uma reflexão pessoal: “Estou extremamente desanimado com os rumos da política nacional. Estou pensando seriamente em conversar com Deus, com minha família e comigo mesmo para decidir se vale a pena continuar na vida pública”. O senador, que já é cotado em pesquisas como possível candidato ao governo de Minas Gerais, afirmou que, caso o cenário político não mude, pretende cumprir apenas o mandato atual, que termina em 2030, e encerrar sua carreira política. “Se a política continuar como está, minha intenção é não disputar mais nenhuma eleição na vida”, declarou.
O cerne do discurso de Cleitinho foi sua indignação com o funcionamento do Congresso, que ele descreveu como um ambiente dominado por interesses pessoais e práticas antiéticas. “O Congresso Nacional é um ninho de prostituição. Há pessoas nos corredores, o tempo todo, atrás de fazer coisas erradas, de se beneficiar. Isso é estrutural, é prostituído”, afirmou, em uma metáfora que reforça sua percepção de um sistema corroído por negociatas e corrupção. Segundo o senador, a política brasileira parece “desenhada para dar errado”, onde o foco está em acordos para cargos, ministérios e emendas, em vez de políticas públicas que beneficiem a população.
Cleitinho relatou sua frustração com a tramitação de seus projetos legislativos. “Tenho mais de 300 projetos protocolados, todos voltados para beneficiar a população brasileira, mas eles não são aprovados. Quando chegam às comissões, pedem adiamento por 30 ou 60 dias. Como posso trabalhar assim?”, questionou. Ele também criticou as críticas que recebe de pessoas alheias ao cotidiano do Congresso, que o acusam de “só fazer barulho”. “Convido essas pessoas a frequentarem o Congresso. Trabalho incansavelmente, mas enfrento um sistema que não deixa avançar”, desabafou.
Críticas ao “toma lá, dá cá” e o caso do PDT
O senador direcionou críticas contundentes ao que chamou de “política de negociatas”, exemplificando com o recente caso envolvendo o PDT e o ex-ministro Carlos Lupi. Segundo Cleitinho, Lupi, que foi exonerado após denúncias de prevaricação, admitiu saber de irregularidades no âmbito do INSS, mas não agiu. “Pelo menos ele teve a hombridade de assumir. A maioria dos políticos mente, justifica erro com erro”, disse.
No entanto, o parlamentar lamentou a reação da bancada do PDT na Câmara, que anunciou o rompimento com a base do governo após a saída de Lupi. “Perderam o ministério e abandonaram a base. E o povo? E os aposentados que foram roubados na cara dura?”, questionou.
Cleitinho destacou que esse tipo de barganha é comum na política. “Sento com prefeitos, governadores, até com o presidente Lula, e ouço: ‘Para ser da base, eu preciso disso’. Quando há uma negociação que beneficia o povo? Nunca. Negociam ministérios, secretarias, cargos, emendas. Se não tem isso, não tem base”, criticou. Ele contrastou essa postura com a decisão dos três senadores do PDT — Everton, Leila e Ana Paula —, que optaram por permanecer na base governista, elogiando sua coerência.
*Com informações do Portal Ver-O-Fato
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— QB News (@qbnewsoficial) May 13, 2025
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