A Polícia do Rio de Janeiro demoliu, na manhã desta terça-feira (11), imóveis de luxo pertencentes ao traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, mais conhecido como Peixão, líder do Terceiro Comando Puro (TCP).
O principal deles era o “Resort Green”, localizado em Parada de Lucas, um dos bairros que integram o Complexo de Israel, agrupamento de favelas na Zona Norte da capital carioca. O imóvel ganhou o apelido de “paraíso do crime”.
Além de ter sido construída irregularmente em uma área de preservação ambiental, o que causou uma vasta supressão de vegetação nativa e alteração do curso d’água, a mansão foi construída com dinheiro ilícito e era utilizada para atividades criminosas, como armazenamento de armas e drogas. O espaço ainda contava com piscinas e um lago privado para a criação de carpas.
A Polícia vai derrubar, também, um prédio que sediava uma academia de ginástica, com equipamentos modernos de musculação. O local seria ponto de encontro dos membros do TCP. Os agentes ainda encontraram um pórtico com uma estrela de Davi, símbolo utilizado pela facção, em um dos acessos ao Complexo de Israel.
“A gente tem que dar um tratamento mais rigoroso, incisivo e contundente contra estes narcotraficantes, que são, na verdade, narcoterroristas que atiram contra a população para fazer cessar a operação policial”, declarou o delegado Felipe Curi, chefe da Polícia Civil, em depoimento publicado pelo G1.
QUEM É PEIXÃO?
Considerado foragido da Justiça e sem nenhuma prisão no currículo, Peixão está em ascensão desde 2016 e transformou o Terceiro Comando Puro em um grupo com um fortíssimo poderio bélico. Hoje, o TCP domina todo o Complexo de Israel e é considerado a segunda maior facção do Rio de Janeiro, atrás apenas do Comando Vermelho (CV).
Apesar disso, Peixão é mais conhecido por ser um “traficante gospel”. Criado por uma mãe umbandista, ele se converteu à religião evangélica e faz pregações – a maioria delas por rádio, mas há relatos de que ele chegou a ministrar cultos em uma igreja presencialmente.
Peixão também ficou marcado por ações de intolerância religiosa. Além de proibir terreiros e imagens de santo no Complexo de Israel, ele ainda é acusado de ordenar ataques a centros de religiões de matriz africana.


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