O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (6) que o mundo amanheceu mais “tenso” com a vitória de Donald Trump sobre Kamala Harris nas eleições dos Estados Unidos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já reconheceu o resultado.
Questionado por jornalistas, Haddad demonstrou preocupação com o tom usado por Trump durante a campanha, considerado, por ele, radical. O chefe da equipe econômica ressaltou, contudo, que quando o republicano reassumir a cadeira de presidente, a prática pode ser outra.
“Na campanha foram ditas muitas coisas que causam apreensão não [só] no Brasil, no mundo inteiro. O dia amanheceu, no mundo, mais tenso. Mas entre o que foi dito e o que vai ser feito, e sabemos que isso aconteceu no passado, as coisas às vezes não se traduzem como foram anunciadas”, afirmou.
Por outro lado, o ministro pontuou que Trump caminha para ter uma maioria “inequívoca” tanto na Câmara como no Senado dos EUA, o que deve dar “muitos graus de liberdade” ao futuro governo, que será empossado no dia 20 de janeiro de 2025.
Segundo Haddad, é necessário ter paciência para avaliar as reais consequências do novo governo Trump e ressaltou que, no momento, a prioridade é cuidar das finanças brasileiras para que seja o menos afetada possível.
O ministro ainda mostrou cautela ao avaliar possíveis impactos do resultado na política interna do Brasil e se isso pode gerar um fortalecimento da direita bolsonarista, aliada do trumpismo.
“Difícil dizer. Você não tem um casamento de eleições entre o Brasil e os EUA, não tem um automatismo. Existe um fenômeno de extrema-direita no mundo crescente, mas isso não é de agora, vem desde 2016. O importante é a democracia continuar resistindo”.
Assista:
Comentários