A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado aprovou, na quarta-feira 19, um projeto que torna obrigatória a inclusão de conteúdo feminista nos currículos dos ensinos fundamental e médio. A proposta é de autoria da deputada federal Tábata Amaral (PSB-SP).
Para entrar em vigor, no entanto, o texto ainda precisa ser aprovado pela Comissão de Educação e pelo plenário do Senado.
O projeto estipula que as disciplinas de história, ciências, artes e cultura do Brasil e do mundo incluam conteúdos sobre feminismo.
De acordo com o texto do projeto, o objetivo da proposta é “resgatar as contribuições, as vivências e as conquistas femininas nas áreas científica, social, artística, cultural, econômica e política”.
“Em razão dos estereótipos existentes, há uma associação de brilhantismo e genialidade muito mais aos homens do que às mulheres”, disse a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora do projeto na CDH. “A existência desses estereótipos influencia a tomada de decisões de meninas a partir dos 6 anos de idade.”
Soraya também disse que há uma escassa presença de personagens femininas nos livros de história.
“Mulheres são menos de 10% dos personagens em livros de história usados em escolas públicas”, afirmou.
“Dos 859 personagens mencionados na coleção História, Sociedade & Cidadania, somente 70 são mulheres, que aparecem muito mais do que os homens em rodapés e caixas laterais, fora do eixo central da narrativa.”
O projeto também propõe a criação da campanha nacional “Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História”, a ser realizada anualmente na segunda semana de março, em todas as escolas de educação básica.
“A Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História não é uma data comemorativa, mas uma verdadeira campanha que visa à implementação de ações que objetivam concretizar o princípio constitucional de igualdade entre meninas e meninos, entre mulheres e homens”, concluiu Thronicke.
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