Uma estátua de bronze recém-instalada em Belém como parte do legado cultural da COP 30 tem provocado um amplo debate entre moradores e internautas. A obra, batizada de Espírito Guardião Dragão-Onça, foi um presente oficial da China ao Brasil e rapidamente se tornou alvo de controvérsia.
Criada pela artista chinesa Huang Jian, a escultura representa a fusão entre o dragão, figura tradicional da cultura chinesa, e a onça-pintada, símbolo da biodiversidade amazônica. O ser híbrido sustenta um globo terrestre, em referência à urgência climática que será discutida na conferência ambiental marcada para 2025.
A Prefeitura de Belém comemorou a instalação e classificou a peça como um novo ponto turístico e um marco artístico para a cidade sede da COP 30. Porém, a estética da obra desencadeou uma série de críticas, especialmente de grupos evangélicos, que interpretaram o monumento como um símbolo maligno.
Nas redes sociais, influenciadores e usuários passaram a chamar a escultura de Besta do Apocalipse e até de símbolo satânico. Para muitos críticos, a figura híbrida lembra descrições bíblicas associadas ao fim dos tempos. Comentários em postagens que viralizaram, como as feitas pelo influenciador Vinícius Lana, mostram uma clara divisão: enquanto alguns defendem a remoção imediata da peça, outros apontam que as críticas são fruto de interpretações religiosas extremas e que ignoram o caráter artístico da obra.
Especialistas avaliam que a polêmica expõe um choque entre arte contemporânea, imaginário popular e religiosidade. Para estudiosos da cultura amazônica, a reação revela a dificuldade de conciliar símbolos estrangeiros com sensibilidades locais.
O que deveria ser um símbolo de cooperação internacional e diálogo cultural acabou se transformando em um debate acalorado que promete atravessar toda a preparação para a COP 30 e continuar repercutindo mesmo após o evento.







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