Os governos dos Estados Unidos e da Argentina anunciaram nesta quinta-feira, 13 de novembro, os termos de um novo quadro de comércio recíproco e investimentos. Segundo a Casa Branca, a iniciativa aprofunda a cooperação bilateral e busca ampliar a abertura de mercados, reduzir barreiras e estabelecer regras para setores considerados estratégicos.
O USTR, escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos, afirmou que o entendimento reflete a ambição e os valores compartilhados entre os dois países e servirá de base para futuras negociações de acordos formais.
O embaixador Jamieson Greer declarou que a administração de Donald Trump pretende fortalecer a integração econômica no continente. Para ele, a liderança do presidente está inaugurando uma nova era de parceria e prosperidade no Hemisfério Ocidental ao promover acordos que abrem mercados e reduzem obstáculos enfrentados por trabalhadores e produtores norte-americanos.
De acordo com os comunicados oficiais, o acordo inicial estabelece uma série de compromissos. A Argentina dará acesso preferencial a exportações norte-americanas, incluindo medicamentos, produtos químicos, maquinário, itens de tecnologia da informação, dispositivos médicos, veículos e produtos agrícolas. Em contrapartida, os Estados Unidos removerão tarifas sobre determinados recursos naturais não disponíveis no mercado interno e sobre artigos não patenteados usados em aplicações farmacêuticas.
O entendimento também prevê que os dois países melhorem as condições recíprocas de mercado para o comércio de carne bovina. A Argentina desmontou barreiras que limitavam o acesso de produtos norte-americanos e deixará de exigir formalidades consulares para exportações dos EUA.
Outro ponto importante é o reconhecimento de padrões e certificações. A Argentina aceitará bens norte-americanos que sigam padrões dos Estados Unidos ou internacionais, sem necessidade de avaliações adicionais. Veículos fabricados nos EUA que atendam aos padrões federais de segurança e emissões poderão entrar no país, assim como dispositivos médicos e produtos farmacêuticos com certificados da FDA.
Na área agrícola, a Argentina simplificará processos para registrar carne bovina, derivados bovinos, miúdos e produtos suínos dos Estados Unidos. O país também deixará de exigir o registro de instalações para produtos lácteos norte-americanos.
O acordo inclui ainda compromissos de alinhamento em segurança econômica, com ampliação da cooperação para enfrentar práticas comerciais de países que adotem políticas não baseadas em mercado. Os dois governos trabalharão juntos em temas como controle de exportações, segurança de investimentos e combate à evasão de tarifas.
No âmbito digital, a Argentina reconhecerá os Estados Unidos como jurisdição adequada para transferência internacional de dados. O país não aplicará tarifas sobre transmissões eletrônicas, não criará impostos sobre serviços digitais e evitará medidas que discriminem empresas do setor.
A aproximação entre os países se intensificou nos últimos meses. Em outubro, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, anunciou um apoio financeiro de 20 bilhões de dólares à Argentina. A medida favoreceu o partido do presidente Javier Milei nas eleições legislativas. No mesmo período, o governo argentino autorizou a realização de exercícios militares norte-americanos em seu território.








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