O Ministério Público de Contas do Estado do Pará (MPC-PA) denunciou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PA) um suposto esquema de irregularidades que movimentou mais de R$ 12 milhões em recursos públicos na Fundação PROPAZ, durante o exercício de 2018.
A denúncia envolveu as ex-presidentes Mônica Altman Ferreira Lima e Raimunda Nonata Rocha Teixeira, além de outras servidoras, por negligência e descontrole no repasse de verbas a entidades privadas.
Segundo o documento, a PROPAZ firmou 45 termos de fomento com organizações da sociedade civil, mas apenas quatro prestaram contas. A maior parte dos recursos foi liberada sem comprovação de uso, com saques em espécie, ausência de notas fiscais e entidades fantasmas — mais da metade sequer existia nos endereços informados.
Entre os nomes citados, Everton Alfaia Moraes chama atenção. De acordo com a representação, ele aparece como presidente em duas organizações beneficiadas pelos repasses da PROPAZ: a Federação Paraense de Jiu-Jítsu e o Instituto Arte Suave, ambas contempladas com valores expressivos.
Mas a relação de Alfaia com o poder público não parou por aí. Documentos consultados por nossa reportagem mostram que, em 2023, a Federação Paraense de Jiu-Jítsu recebeu R$ 3,1 milhões da Secretaria de Esporte e Lazer (Seel), por meio de emendas parlamentares do deputado estadual Olival Marques (MDB).

Fontes ouvidas sob anonimato afirmam que a parceria entre o parlamentar e Alfaia segue ativa, com emendas milionárias destinadas a prefeituras do interior do estado para a realização de projetos esportivos e eventos supostamente superfaturados — ou que sequer irão ocorrer.
Enquanto isso, Everton Alfaia ostenta uma vida de luxo nas redes sociais. Em 2023, o dirigente levou a família para as Bahamas, onde participou da gravação do DVD do cantor Wesley Safadão, em um cruzeiro com destino a uma ilha particular — viagem que teria custado uma pequena fortuna.
Para o Ministério Público de Contas, as irregularidades na PROPAZ evidenciam uma gestão marcada por negligência, falta de transparência e possível desvio de finalidade.
A Corte de Contas analisou o pedido de indisponibilidade de bens das ex-gestoras e de todos os dirigentes beneficiados, incluindo Alfaia, até o ressarcimento total do dano estimado em R$ 12,1 milhões.

Segundo denúncia anônima obtida pelo QB News, o elo entre Olival Marques, prefeitos aliados e Everton Alfaia pode configurar um esquema maior, envolvendo emendas parlamentares, contratos superfaturados e repasses sem execução comprovada.
O QB News segue apurando novas informações sobre o caso e publicará atualizações assim que novos documentos forem confirmados.








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