O clima político ficou pesado em Belém. Durante a COP30, no Pará, movimentos sociais, ambientalistas e coletivos progressistas que historicamente defenderam Lula acusam o governo federal de incoerência no discurso sobre a Amazônia. A visita do presidente às comunidades do Tapajós provocou forte desgaste interno.
Na visão desses ativistas, não faz sentido falar em proteção da floresta enquanto o próprio governo avança em projetos de privatização de rios e hidrovias estratégicas, como o Tapajós. Segundo eles, transformar rios amazônicos em corredores logísticos a serviço de grandes exportadores é a negação prática do discurso climático usado no palco da COP.
A crítica não vem da oposição tradicional, mas de dentro da própria base lulista. Coletivos ambientais, lideranças indígenas, movimentos anticapitalistas e entidades da sociedade civil afirmam que o governo estaria maquiando de verde o que na prática representa expansão da infraestrutura para o agronegócio e o capital privado.
Durante a Conferência, esses grupos prometem manifestações e atos públicos em Belém para denunciar o contraste entre o discurso internacional de justiça climática e os projetos internos que ameaçam territórios tradicionais. A dúvida que fica no ar é se o desgaste será pontual ou se marca um novo racha político dentro da própria esquerda.







Comentários