O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a atacar a operação policial que resultou em 121mortes no Rio de Janeiro. Em entrevista nesta terça-feira (4), em Belém, o petista classificou a ação como “matança” e disse querer legistas da Polícia Federal atuando na investigação. A fala ocorre mesmo após o governo do estado informar que os quatro agentes mortos em combate foram as únicas vítimas legais da operação.
A megaoperação, realizada na semana passada nas regiões do Alemão e da Penha, mirou integrantes de facções criminosas que controlam comunidades dessas áreas. Diferente de como o governo do Rio enxergou a ação, que considerou a ofensiva um sucesso, Lula voltou a colocar em dúvida o trabalho das forças de segurança, destacando que, segundo ele, “não havia ordem de matar”, mas sim “ordens de prisão”.
O presidente voltou a insinuar que a versão oficial da polícia pode não ser verdadeira, dizendo que é preciso saber se “tudo aconteceu exatamente como foi relatado”. O STF, inclusive, fará uma audiência nesta quarta (5) para tratar do caso, em mais um capítulo da judicialização de operações policiais no estado.
As falas de Lula contrastam com o discurso que ele mesmo fez logo após a operação, quando evitou críticas diretas e afirmou apenas defender o combate ao crime organizado. Agora, no entanto, o presidente faz coro com ministros da sua base ideológica, que viajaram ao Rio para questionar o governador Cláudio Castro (PL) sobre os métodos das forças de segurança.
No Supremo, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o governo estadual preserve todos os elementos materiais da ação, desde perícias até cadeias de custódia, para eventual contestação futura. Enquanto o governador defende o trabalho dos policiais e o resultado operacional, o governo Lula segue tentando politizar o episódio, priorizando a narrativa de “excesso”.









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