O cabeleireiro Diego Beserra Ernesto, de 38 anos, foi condenado, nesta sexta-feira (31), por injúria racial, discriminação e preconceito de raça ou de cor após mandar áudios a um colega de trabalho em que diz não contratar “gordo, petista e preto”.
O caso aconteceu em janeiro de 2023. Segundo a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), o sócio de Diego procurou a polícia para mostrar os áudios.
O diálogo aconteceu após o denunciante chamar uma profissional para fazer um teste no salão de Diego. No dia seguinte, no entanto, a mulher disse que não iria trabalhar no local, sem explicar o motivo.
Quando o homem, que é negro, relatou o acontecido para Diego Beserra, pelo WhatsApp, o dono do salão respondeu com áudios. No primeiro, ele disse: “Cara, eu coloquei uma regra pra mim, eu não te enxergo dessa forma, não se ofenda, mas eu não enxergo dessa forma. Eu não contrato gordo, não contrato petista e não contrato preto”.
Diego seguiu: “No caso do preto, porque alguns se fazem de vítimas da sociedade. No caso ali [da mulher que fez o teste], a mulher tem duas coisas, o gordo preto, ela não cuida nem do próprio corpo. Como é que vai ter responsabilidade na vida? Não é que eu te enxergo branco, eu te enxergo trabalhador”.
O dono do salão também disse que não contrata mulheres de cabelo curto e “principalmente viado”. “Às vezes, essas mina aí que usa cabelo curto é feminista. Não estou generalizando, mas tem uma grande probabilidade de ser feminista. Feminista é um saco, você não pode falar nada. [Também] não contrato mais viado, velho. Principalmente viado. Só se a pessoa estiver mentindo”, afirmou.
A mulher que fez o teste no salão disse, em depoimento à polícia, que não havia aceitado o trabalho porque Diego ficou, há todo tempo, olhando “com ar de desprezo” e fazia “caras feias” para ela.
Quando interrogado pela polícia, Diego confirmou a autoria dos áudios e que havia se referido à mulher que fez o teste no salão.










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