A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o afastamento do prefeito de Ananindeua (PA), Dr. Daniel Santos (PSB), por suspeitas de corrupção, fraudes em licitação e lavagem de dinheiro. A informação foi revelada em matéria publicada pela revista Veja, que trouxe detalhes do parecer enviado ao STJ.
Segundo o documento citado pela publicação, Dr. Daniel teria participado da compra irregular de uma casa de praia em Fortim (CE), avaliada em R$ 4,1 milhões. A operação envolveria R$ 2,5 milhões pelo imóvel, além de R$ 1,1 milhão em valores adicionais, R$ 100 mil em móveis e R$ 415 mil em um kit piscina. A PGR aponta que a compra teria sido intermediada por terceiros beneficiados por contratos com a Prefeitura de Ananindeua, configurando pagamento de propina.
As investigações identificaram dez depósitos bancários feitos por cinco empresas e quatro pessoas físicas ligadas ao esquema. O parecer também cita licitações fraudulentas que somam cerca de R$ 115 milhões, a compra de uma fazenda de R$ 16 milhões, o pagamento de R$ 300 mil em parcelas de um jatinho e mais de R$ 1 milhão em combustível utilizado de forma privada.
O STJ havia autorizado o retorno de Dr. Daniel ao cargo após uma liminar derrubar o afastamento imposto pelo Tribunal de Justiça do Pará em agosto. Agora, com o novo parecer da PGR, a Procuradoria pede que o tribunal revise a decisão e determine novamente o afastamento do prefeito.
A liminar que beneficiou Dr. Daniel foi concedida inicialmente pelo ministro Og Fernandes, que depois se declarou impedido de seguir no caso ao reconhecer que o escritório de sua esposa havia atuado para Alessandra Haber, deputada federal e primeira-dama de Ananindeua. O processo está agora sob relatoria do ministro Sebastião Reis Júnior, que deve decidir nos próximos dias.
O caso amplia a crise política em Ananindeua e reforça o debate sobre o uso indevido de recursos públicos e influência política no segundo maior município do Pará.
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