Sanae Takaichi, líder do Partido Liberal Democrata do Japão, foi eleita a primeira mulher primeira-ministra do Japão pelo Parlamento nesta terça-feira (21), em um momento marcante para o país historicamente patriarcal, onde tanto a política quanto os locais de trabalho são dominados por homens mais velhos.
Takaichi recebeu 237 votos, superando a maioria dos 465 assentos da Câmara Baixa, de acordo com funcionários da Câmara dos Deputados do Japão.
A vitória rompe o teto de vidro em um país onde os homens detêm uma grande influência e coloca o Japão, aliado próximo dos EUA, em uma forte reviravolta para a direita.
A conquista ocorre depois que o Partido Liberal Democrata, que governou o Japão durante a maior parte de sua história do pós-guerra, chegou a um acordo de coalizão com o Partido da Inovação do Japão, de direita, conhecido como Ishin.
Empossada como o 104º primeira-ministra do Japão ela irá suceder Shigeru Ishiba, que anunciou sua renúncia no mês passado para assumir a responsabilidade pelas derrotas eleitorais.
Takaichi chega ao poder em um momento em que o Japão enfrenta problemas econômicos e uma política fragmentada e em impasse, e poucos dias antes da visita programada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Ela foi eleita líder do Partido Liberal Democrata no início de outubro, derrotando candidatos mais moderados. Isso sugeriu uma guinada à direita para o PLD, partido atingido por escândalos, que sofreu perdas contundentes nas duas últimas eleições parlamentares, depois que eleitores migraram para novos partidos de ultra direita.
Embora tenha se tornado a primeira mulher a chefiar o governo japonês, Takaichi não coloca a igualdade de gênero ou a diversidade entre suas principais prioridades. A líder já declarou que deseja ser vista como a “dama de ferro japonesa”, em referência à ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, de quem é admiradora.
Comentários