O Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito civil para investigar os possíveis impactos socioambientais causados pelo show da cantora Mariah Carey, realizado em setembro, em Belém (PA). A apresentação aconteceu sobre uma estrutura flutuante instalada no Rio Guamá, como parte do evento “Amazônia Live – Hoje e Sempre”, que reuniu milhares de pessoas e artistas renomados.
De acordo com o MPF, há indícios de que comunidades tradicionais da região possam ter sido afetadas pela realização do espetáculo, especialmente pela movimentação no rio e pela ausência de consulta prévia, livre e informada às populações locais, como exige a legislação ambiental e o direito internacional.
O palco, construído em formato de vitória-régia, tinha cerca de 25 metros de diâmetro e pesava mais de 80 toneladas, sendo montado diretamente sobre o leito do rio.

O evento foi transmitido ao vivo e gravado para exibição internacional, reunindo, além de Mariah Carey, Joelma, Gaby Amarantos, Zaynara e Dona Onete, em uma celebração que buscava chamar atenção para a preservação da Amazônia.
Apesar da proposta ambiental do projeto, o MPF quer esclarecer se houve danos ecológicos ou impactos sociais decorrentes da montagem da estrutura e da movimentação intensa de público e embarcações na área.
A iniciativa foi organizada pelos criadores do Rock in Rio e do The Town, com patrocínio da mineradora Vale. Procurados, os organizadores ainda não se manifestaram sobre o inquérito.
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