Durante o 16º Congresso do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), realizado na última quinta-feira (16) em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o direito do povo venezuelano de escolher “seu próprio destino” diante das crescentes tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela sob o governo de Donald Trump.
Em discurso de quase 50 minutos, Lula afirmou que “não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite de como vai ser a Venezuela ou vai ser Cuba”, reforçando o princípio da soberania nacional. O petista também rechaçou comparações entre o Brasil e o regime de Nicolás Maduro, afirmando que “o Brasil nunca vai ser a Venezuela, e a Venezuela nunca vai ser o Brasil”.
O presidente aproveitou a ocasião para defender uma autocrítica das forças progressistas, alegando que a esquerda precisa “voltar a dialogar com o povo” e deixar de falar apenas para si mesma. “Qual é a tarefa que nós, militantes de esquerda, temos que fazer?”, questionou Lula, sob aplausos dos presentes.
Lula também comentou a inclusão de Cuba na lista norte-americana de países patrocinadores do terrorismo. Segundo ele, “Cuba não é um país exportador de terrorismo, mas um exemplo de povo e dignidade”.
As declarações ocorrem em meio ao aumento da presença militar dos Estados Unidos no Caribe. Estima-se que cerca de 10 mil militares, oito navios de guerra e um submarino estejam posicionados na região, principalmente em Porto Rico. Relatórios apontam ainda que Washington teria conduzido operações contra embarcações venezuelanas desde setembro, resultando em mortes que a ONU classificou como execuções extrajudiciais.
Essas ações integram a estratégia do governo Trump para pressionar o regime de Nicolás Maduro. Além de impor sanções, Washington ofereceu uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do presidente venezuelano.
Em declaração recente, Trump chegou a sugerir que a CIA foi autorizada a realizar operações secretas no país, o que, segundo analistas, representaria uma “autorização para matar” dirigentes do governo chavista.
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