Belém (PA) — A grave situação nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Belém voltou ao centro do debate político após a denúncia publicada pelo portal QB News na última semana, revelando o colapso estrutural e financeiro da UPA da Terra Firme, onde faltam medicamentos, insumos básicos e médicos estão com salários atrasados desde julho.
Mais de 140 médicos que atendem em unidades privatizadas de urgência e emergência do SUS, em Belém, estão sem receber, alguns deles há quatro meses.
“Os médicos estão sem dinheiro, estão vendendo suas coisas pra sustentar a família”, disse uma profissional que atende em Belém. “Eu tenho amigo com R$ 60 mil pra receber, ele tem duas filhas e não tinha dinheiro pra fazer supermercado.

Diante da repercussão, a vereadora Agatha Barra (PL) decidiu agir e foi pessoalmente à Secretaria Municipal de Saúde (SESMA) para cobrar explicações sobre o atraso nos pagamentos e o abandono generalizado das unidades de urgência. Segundo a parlamentar, a visita foi marcada por tensão e até tentativas de silenciamento.
“Já enviei diversos ofícios cobrando respostas e soluções, mas ninguém se manifesta. E pra piorar, tentaram até me calar diante da imprensa, como se a verdade pudesse ser escondida!”, denunciou Agatha em suas redes sociais.
A vereadora classificou a gestão do prefeito Igor Normando (Podemos) como um retrato do descaso com a saúde pública da capital paraense:
“A gestão de Igor Normando virou sinônimo de falta de respeito com os profissionais da saúde e com o povo de Belém. Enquanto isso, Helder e Igor seguem preocupados apenas em mostrar serviço pra gringo ver por causa da COP30”, afirmou.
A UPA da Terra Firme, que atende uma das regiões mais populosas e vulneráveis da cidade, enfrenta escassez de medicamentos simples, falta de papel para impressão de fichas e prescrições e déficit de insumos hospitalares básicos, como soro fisiológico. Médicos relataram ao QB News que estão há mais de quatro meses sem receber e que o clima é de exaustão e abandono.

A situação é agravada pela dívida de cerca de R$ 5 milhões da prefeitura com a organização social IADVH, responsável pela gestão da unidade — valor que, segundo denúncias, tem inviabilizado o funcionamento regular do serviço.
Apesar das cobranças e da visibilidade do caso, até o momento a SESMA e a Prefeitura de Belém não se manifestaram oficialmente sobre o atraso nos repasses e o risco de paralisação dos atendimentos.
“Mas eu não vou me calar. Vou continuar cobrando, fiscalizando e denunciando cada absurdo dessa gestão!”, concluiu Agatha, prometendo novas ações de fiscalização nas próximas semanas.
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