Gravações obtidas pela Polícia Federal (PF) no âmbito da operação Expertise, que apura desvios de quase R$ 200 milhões das áreas da Saúde e Educação no Pará, apontam que o carro de um dos suspeito de participar do esquema funcionava como um “gabinete paralelo” para a entrega de propina para agentes públicos.
A conclusão da PF vem após análise de vídeos de câmeras de segurança da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) e de uma agência bancária dentro da órgão, em 20 de agosto de 2025, que mostram a movimentação de Jacélio da Igreja, empresário suspeito de participar dos desvios, ao realizar saques em uma agência do Sicoob dentro do prédio público.
Depois de idas e vindas no estacionamento da Alepа, е encontros dentro do carro de Jacélio, a PF afirma que o veículo teria sido usado como um espécie de “ponto de apoio”, servindo como base para as movimentações descritas na investigação e empregado nas tratativas de negócios e suposta entrega de valores em espécie.
“Na prática, [o veículo] transformou-se em um verdadeiro ‘gabinete paralelo da propina’, onde se realizavam encontros, reuniões e a distribuição sistemática de numerário a agentes públicos, acondicionados em mochilas e sacolas de loja. Destaca-se, ainda, a gravidade de tais encontros terem ocorrido no interior da Alepa, ‘casa do povo’, afirma a corporação em relatório sobre o caso.
Como mostrou a coluna Fabio Serapião, ao longo das apurações, a PF chegou a monitorar a movimentação de saque e a suposta entrega de valores em órgãos públicos do Pará. Um dos envolvidos nesses trâmites era Jacélio, sócio da Líder Engenharia, uma das empresas sob suspeita.
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