O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a ser associado ao apelido de “Taxad” após declarações nesta quarta-feira (8) em que criticou a política fiscal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo Haddad, o governo anterior deixou de arrecadar R$ 4,8 bilhões ao não cobrar tributos que deveriam ter sido recolhidos.
“Ora, toda atividade econômica tem que ser tributada”, afirmou o ministro, ao justificar os recentes movimentos de aumento de carga tributária, como a taxação das apostas esportivas online, conhecidas como bets.
Dados oficiais, entretanto, mostram que a gestão Bolsonaro promoveu cortes em impostos como IPI, Imposto de Importação e PIS/Cofins sobre combustíveis, resultando na menor carga tributária federal desde 2014, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Haddad também comentou as mudanças na Medida Provisória 1.303/2025, que chegou a prever a taxação de investimentos até então isentos, como LCIs, LCAs e debêntures incentivadas. A proposta inicial previa uma alíquota de 5%, posteriormente elevada pelo Congresso para 7,5%, mas a resistência do mercado fez o governo recuar.
O ministro, no entanto, indicou que o tema não está encerrado. Ele defendeu que o Conselho Monetário Nacional (CMN) crie novas regras para fechar “brechas” que permitem o chamado “transbordamento tributário” — formas de escapar da cobrança sem alteração formal de alíquotas.
A sinalização reforça a intenção de Haddad em ampliar a arrecadação a qualquer custo, mantendo vivo o apelido de “Taxad”, que o acompanha desde os primeiros movimentos de ajuste fiscal de sua gestão.
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