Em um alívio para o governo do presidente libertário Javier Milei, a taxa de pobreza na Argentina despencou para 31,6% no primeiro semestre de 2025, o menor nível registrado desde o início de 2018. O dado, divulgado nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC), reflete uma melhora significativa em relação aos picos recentes, atribuída à estabilização econômica após medidas de austeridade implementadas desde dezembro de 2023.
De acordo com o relatório oficial do INDEC, a pobreza afeta cerca de 9,5 milhões de pessoas em áreas urbanas, monitoradas em 31 regiões metropolitanas principais. Isso representa uma queda de 6,5 pontos percentuais em comparação ao segundo semestre de 2024 (38,1%) e de impressionantes 21,3 pontos em relação ao primeiro semestre de 2024 (52,9%). A indigência, que mede a incapacidade de cobrir necessidades alimentares básicas, recuou para 6,9%, impactando 2,1 milhões de indivíduos. Se estendida às zonas rurais, a estimativa total de pobres chega a 15 milhões, ante 25 milhões no início de 2024.
O declínio contrasta com o início turbulento do mandato de Milei, quando a desvalorização do peso e cortes em subsídios elevaram a pobreza para níveis recordes em duas décadas. Em fevereiro de 2024, estudos da Universidade Católica Argentina (UCA) apontavam 57,4% de pobres, impulsionados por inflação anual acima de 200%. No primeiro semestre daquele ano, o INDEC confirmou 52,9%, com 66,1% das crianças menores de 14 anos em lares pobres. A reversão veio com a inflação caindo para 15,1% no primeiro semestre de 2025, enquanto a cesta básica total subiu apenas 10,1%, inferior à média de preços.
Fontes internacionais corroboram a tendência positiva. O jornal El País destacou que o índice de 31,6% equivale a 14,5 milhões de afetados, o melhor resultado do governo Milei, superando os 41,7% herdados do peronismo em dezembro de 2023. A BBC e a Reuters noticiaram quedas anteriores, como para 38,1% no segundo semestre de 2024, atribuídas à redução da inflação de 300% para menos de 70% e ao aumento de 64,5% nos rendimentos familiares, superando o custo da cesta básica. A DW enfatizou que a estabilidade macroeconômica e a eliminação de controles cambiais foram fatores-chave, após um ajuste inicial que incluiu demissões em massa e paralisações de obras públicas.
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