O contador João Muniz Leite, que já prestou serviços ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e cuidou da contabilidade de empresas de seu filho mais velho, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, foi alvo nesta quinta-feira (25/9) da Operação Spare, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). A investigação apura um esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) envolvendo postos de combustíveis, imóveis, motéis e casas de jogos de azar.
Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na residência de Leite e em seu escritório, localizado no mesmo prédio onde funcionavam empresas de Lulinha em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. O rompimento entre os dois teria ocorrido no ano passado, após Leite ser implicado na Operação Fim da Linha, que investigou a infiltração da facção criminosa em empresas de ônibus da capital.
De acordo com o MPSP, o contador fazia as declarações de imposto de renda de Flávio Silvério Siqueira, o Flavinho, apontado como operador financeiro do PCC e coordenador de uma rede de laranjas. As apurações indicam que Leite teria participação ativa nas estratégias de ocultação patrimonial dos investigados, inclusive de Adriana Siqueira de Oliveira e Eduardo Silvério, também envolvidos no esquema.
A defesa de João Muniz Leite, representada pelos advogados Jorge Delmanto e Marcelo Delmanto, afirmou em nota que a investigação não recai sobre ele. Segundo os defensores, o escritório do contador prestou serviços para um dos investigados até 2020, mas não há qualquer vínculo atual com o grupo.
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