Sem citar quaisquer evidências, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), vinculou o ex-presidente Jair Bolsonaro a um suposto plano para assassinar autoridades brasileiras.
O ministro deu a declaração durante sua participação em um evento, em Roma, sobre a forma como o Brasil e a Itália têm lidado com a Justiça e a democracia.
O suposto plano para assassinar autoridades brasileiras consta na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito do inquérito que apura uma “trama golpista”.
O relatório da Polícia Federal (PF), no entanto, mencionava apenas que Bolsonaro tinha conhecimento do plano, sem citar aval do ex-presidente.
O pronunciamento de Gilmar Mendes coincidiu com o início do segundo dia de julgamento na 1ª Turma do STF relacionado ao caso.
“Foi descoberto pela Polícia Federal um detalhado e engenhoso plano golpista intitulado ‘Punhal Verde e Amarelo’, urdido por figuras proeminentes do governo e por militares do alto escalão – ao que tudo indica com o beneplácito do presidente da República -, que previa uma série de ações coordenadas para a tomada do poder, incluindo a detenção e assassinato de autoridades”, afirmou o ministro.
Embora não tenha apresentado detalhes, o conteúdo das declarações amplia a pressão sobre o ex-presidente.
Gilmar Mendes defendeu a punição dos acusados
De acordo com Gilmar Mendes, “a responsabilização dos envolvidos é fundamental para que nada parecido jamais se repita”. Para o ministro, o processo seguiu todos os trâmites legais.
“Esta poderia ter sido a história de uma debacle; da ruína da democracia brasileira e do mergulho no obscurantismo”, disse Gilmar. “Mas, graças à atuação firme das nossas instituições – em especial do Poder Judiciário -, ela resistiu e está de pé, mais viva e forte do que nunca.”
O decano do STF propôs a união entre Brasil e Itália para defender o Estado do que chamou de “inimigos da democracia”.
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