A federação União Progressista, formada por União Brasil e PP, decidiu nesta terça-feira (2) desembarcar oficialmente do governo Lula (PT). A medida foi confirmada por seis lideranças partidárias e atinge diretamente os ministros André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo), ambos deputados federais licenciados. Eles deverão deixar os cargos até o fim do mês.
A decisão ocorre em meio a um desgaste crescente entre Lula e as cúpulas das duas legendas. Além da saída, União Brasil e PP anunciaram apoio a um projeto de anistia para Jair Bolsonaro (PL). A proposta, que será apresentada no mesmo dia do julgamento do ex-presidente, prevê perdão para todos os envolvidos nos atos do 8 de Janeiro, mas mantém a inelegibilidade do ex-presidente.
Mesmo com a saída, os partidos ainda mantêm indicados em áreas estratégicas. O União Brasil controla o Ministério do Desenvolvimento Regional, o das Comunicações e a Codevasf, por meio de apadrinhados de Davi Alcolumbre (AP). Já o PP segue com a presidência da Caixa Econômica Federal, ocupada por Carlos Vieira, aliado de Arthur Lira (AL).
O rompimento se dá após críticas públicas de Lula, que, em reunião ministerial, cobrou lealdade dos ministros e disse não nutrir simpatia pessoal por Antonio Rueda e Ciro Nogueira, presidentes das duas siglas. A fala ampliou o mal-estar e levou líderes a defender a saída, mesmo diante da perda de cargos e espaço no governo.
Nos bastidores, a movimentação é vista como reforço ao projeto presidencial de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), nome que União Brasil e PP já trabalham como alternativa ao petismo em 2026. O afastamento fragiliza a base de Lula no Congresso, que cai para 259 deputados, apenas dois a mais do que o mínimo necessário para maioria.
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