O avanço da facção criminosa Comando Vermelho (CV) no Pará tem espalhado medo e silêncio entre pequenos comerciantes, feirantes e donos de tabernas em municípios como Ananindeua, Marituba e Belém. Mais recentemente, os bairros Jaderlândia, Atalaia, Una e Açaizal passaram a sentir de forma mais explícita a pressão criminosa.
Nos últimos dias, panfletos com ameaças, recheados de erros ortográficos, circularam em estabelecimentos do Jaderlândia e do Atalaia. Neles, os criminosos exigem que os comerciantes “entrem na ideia” da facção, ou seja, paguem uma espécie de mensalidade em troca de “proteção”. A mensagem é direta: quem não colaborar “vai ter prejuízo”.
A prática da chamada “taxa do crime” se tornou rotina. Quem se recusa a pagar, muitas vezes, tem seu negócio depredado, incendiado ou até perde a vida. O medo de represálias cala moradores e impede que denúncias sejam formalizadas, enquanto os crimes acontecem até mesmo à luz do dia.
A ausência de uma resposta firme por parte do poder público agrava a sensação de abandono. Até agora, não houve ações concretas do Estado para conter a expansão da facção, e comerciantes seguem convivendo com o terror imposto pelo CV sem qualquer amparo institucional.
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