O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar, nesta quarta-feira (13), a nova estratégia econômica dos Estados Unidos, que inclui o aumento de 50% nas tarifas sobre produtos brasileiros. Em tom direto, Lula afirmou que “essa bosta que o governo americano está fazendo pode não dar certo para eles” e citou como exemplo o preço de um quilo de contrafilé nos EUA, que, segundo ele, foi divulgado a US$ 150.
A declaração foi feita no Palácio do Planalto, durante a cerimônia de assinatura da Medida Provisória que institui o Plano Brasil Soberano. A iniciativa busca reduzir os impactos das barreiras impostas pelo governo norte-americano, incentivando a diversificação das exportações e fortalecendo setores estratégicos da economia.
Lula destacou que o Brasil está em posição de vantagem em áreas essenciais e que o país “vai continuar assustando muita gente” por sua capacidade de produção. “O Brasil vai continuar melhorando a nossa produção”, disse, citando culturas e produtos como milho, soja, frango, feijão, arroz e café.
Segundo o presidente, os EUA temem a força de competidores como a China, mas o Brasil não pretende se restringir a um único parceiro comercial. Ele reafirmou a disposição de ampliar relações com países como Índia, Rússia, França e Alemanha, reforçando laços no âmbito dos BRICS.
Economistas avaliam que o aumento tarifário dos EUA tende a impactar principalmente o agronegócio e a indústria brasileira, mas apontam que a diversificação de mercados pode reduzir as perdas. Lula, por sua vez, disse que o Brasil não vai reagir com “bravatas” e que prefere apostar no diálogo e na negociação.
A tensão comercial ocorre em meio a uma disputa global por mercados e cadeias de suprimento. Especialistas internacionais alertam que medidas protecionistas como as adotadas pelos EUA podem gerar efeitos contrários, encarecendo produtos para o consumidor americano e fortalecendo alianças comerciais entre países emergentes.
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