O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou nesta terça-feira a criação de uma comissão geral para discutir a “adultização” de crianças nas redes sociais, assunto que ganhou repercussão nacional após um vídeo do influenciador Felca viralizar nas últimas semanas. A proposta foi definida em reunião com líderes partidários e a sessão está marcada para esta quarta-feira, contando com a presença de juristas, representantes da sociedade civil e ativistas.
Apesar da urgência que o tema exige, qualquer projeto de lei só será analisado após a comissão apresentar seu parecer, o que pode levar até 30 dias. Nos bastidores, parlamentares apontam que a medida também serve para ganhar tempo e reduzir o clima de tensão que tomou conta da Câmara recentemente.
A movimentação é vista como tentativa de tirar o foco das pautas defendidas pela oposição, como a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado, bandeiras apoiadas por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Fora do PL, líderes afirmam que ainda não há “clima” para votar essas propostas. O líder do MDB, Isnaldo Bulhões Júnior, chegou a confirmar essa percepção após o encontro com Motta.
Mais cedo, o presidente da Câmara recebeu o líder do PL, Sostenes Cavalcante, que defendeu a prioridade para o fim do foro privilegiado antes de pautar a anistia. Segundo ele, essa seria a forma de “tirar a corda do pescoço” dos parlamentares e avançar com as pautas de interesse da oposição, mesmo diante da resistência de setores alinhados ao governo Lula.
Comentários